Identificando uma boa empresa para investir, parte 2. O Lucro Operacional

Agora o objetivo é chegar no Lucro Operacional, que é o resultado da extração das despesas operacionais e outras despesas e receitas do lucro bruto...

Identificando uma boa empresa para investir, parte 1. O Lucro Bruto

Nova série que propõe um estudo das empresas, começando pelo demonstrativo de resultado do exercício trimestral, mostrando como uma empresa chega no lucro líquido (ou prejuízo). Com base nesses estudos, você poderá separar boas e más empresas e facilitar a sua escolha no mercado de ações brasileiro.

Protegendo seu dinheiro com segurança, a Poupança

Caderneta de Poupança Todo mundo conhece a caderneta poupança. Sinônimo de investimento seguro e conhecida por todos, a poupança é a forma mais fácil de investir, especialmente para aqueles habituados ao uso do internet banking...

Warren Buffet, o Investidor inteligente, parte 2

Continuando a série Warren Buffett, o Investidor Inteligente, vou falar brevemente sobre a história da Berkshire Hathaway, a famosa empresa de Buffett, que começou como uma fábrica têxtil e se tornou uma holding de capital aberto...

Warren Buffet, o Investidor inteligente, parte 1

Darei início a minha série de textos sobre capítulos das obras incríveis que tenho lido sobre investimentos e grandes investidores, começando por Warren Buffett...

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Rapidinha: Entrei na onda dos grandes bancos e comprei OGX

Decidi dar uma especulada básica e comprei OGX, uma empresa nada boa, mas que ao que tudo indica, os bancos estão querendo fazer um cash rápido com eles. Vou tentar pegar carona. Foi uma aposta, como aquela que a gente faz no sporting bet ou na casa lotérica. Obviamente foi um valor pequeno, que não vai me matar se a OGX quebrar, mas que por outro lado pode me dar um bom retorno. Viva o Eike!!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Posição atual (julho 2013)

Estoy aqui, entre fotos y cuadernos / entre cosas y recuerdos... mais uma vez. Sumi do radar porque estou voando abaixo da altitude mínima detectada pelo aparelho. Não, nada disso. Apenas andei com uma preguiça imensa de postar no blog. However, continuo investindo minhas migalhas todo mês. Decidi registrar aqui a minha posição atual, depois de uma rentabilidade negativa e quase assustadora de quase 7% nos últimos dois meses ( -1,23% em maio e -5,55% em junho) e atualmente com uma parcial de -1%, o que provou mais uma vez que planejamento de curto prazo não serve pra bolsa. A verdade é que se você precisar retirar o dinheiro da bolsa por qualquer necessidade, vender nesses momentos é prejuízo quase certo.
Mas nada disso importa, pois o mercado é volátil mesmo e quem entra na bolsa deve estar preparado pra isso senão o negócio é pegar o dinheiro e colocar todo na poupança, CDBs ou no TD. Se você quer comprar um carro, abrir uma franquia ou investir em um imóvel dentro de um curto período de tempo, não deixe seu dinheiro na renda variável. Obviamente é sempre bom ficar atento, pois as cagadas do governo populista da Dilma com a péssima gestão econômica do Sr. Guido Mantega acabam causando certo impacto no curto prazo (e possivelmente no longo prazo também).

Para o futuro o que conta realmente são os fundamentos das empresas. É o que eu sempre digo aqui, invista em boas empresas para ser recompensado no loooongo prazo. Enfim, chega de lero e vamos ao que interessa:



Acima a minha posição atual por ativo. Pretendo reduzir um pouco GRND3 e BBAS3 para uma distribuição mais equilibrada e incluir uma ou duas empresas nos próximos meses. Abaixo a distribuição por segmento:



Pretendo aumentar a participação em elétricas, provavelmente com AES Tietê. Pensarei também em alguma empresa do setor de mineração e ou petróleo para o longo prazo, pois bons ciclos de commoditties podem ser bastante positivos para uma carteira.

Até a próxima!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Custo de Oportunidade


O custo de oportunidade em finanças ocorre quando você abdica de um possível ganho em detrimento de uma escolha alternativa. As variáveis são quase infinitas, mas usarei um exemplo para esclarecer esse importante conceito:

Imagine que você receba um prêmio qualquer, como uma bela bonificação da empresa ou presta um serviço extra e recebe uma grana respeitável de 20 mil reais. O que você faria com esse dinheiro?

Para ilustrar o cenário acima, suponhamos que você tenha um carro de R$20.000,00 e receba os outros R$20.000,00 de prêmio e depois de muita análise (especialmente similar ao estudo em questão) decida trocar seu carro por outro que custa, digamos, o dobro. O custo de oportunidade é representado pelo que você deixaria de ganhar em qualquer investimento mais as perdas da desvalorização do carro.

A tabela abaixo mostra que trocar um investimento qualquer por um carro novo pode reduzir significativamente seus 20 mil reais em um período de 10 anos, enquanto alternativas como poupança (mesmo perdendo para a inflação), tesouro direto, mercado de ações em baixa e mercado de ações em alta podem trazer um resultado bem diferente:


É importante ressaltar que considerei uma inflação média de 5,41% nesse período, ou seja, o valor em 2022 está corrigido. Veja os resultados por si mesmo, mas preste atenção nos possíveis extremos: seus 20 mil perderiam mais da metade do valor com o carro, enquanto que um período de dez anos em um bom mercado de ações - baseados obviamente em escolhas de empresas bem acertadas - traria ganhos de duas vezes e meia o valor inicial. Se você quiser brincar um pouco e esticar pra 20 anos, vendendo o carro, você teria R$ 2.701,70, enquanto que investindo em ações (sem contar os dividendos ou o desconto do IR, que é 15% sobre os lucros), seu saldo sobre os 20 mil seria de R$ 135.514,00.

O gráfico abaixo mostra as alternativas carro, poupança e ações em alta para o período de 10 anos do estudo:


A lição mais importante é: não se lamente no futuro por um custo de oportunidade perdida se você pretende seguir firme rumo a independência financeira. Apenas tenha certeza de que trocar o carro é a decisão certa a tomar, mesmo que muito provavelmente o carro seja uma decisão emocional.

sábado, 20 de abril de 2013

Aja!

"Todos receberam dois grandes dons: sua mente e seu tempo. Cabe a você fazer o que quiser com ambos. Você e só você tem o poder de determinar o destino de cada real que chega às suas mãos. Gaste-o totalmente, você escolheu ser pobre. Gaste-o com passivos, você fará parte da classe média. Invista-o em sua mente e aprenda a adquirir ativos e você estará escolhendo a riqueza como seu objetivo e seu futuro. A escolha é sua e apenas sua. A cada dia, a cada real, você decide ser rico, pobre ou classe média.
Escolha dividir este conhecimento com seus filhos e você os estará preparando para o mundo que os aguarda. Ninguém mais o fará.
O seu futuro e o de seus filhos serão determinados pelas escolhas que você faz hoje, não amanhã.
Desejamos para você muita riqueza e muita felicidade com este fabuloso dom chamado vida."

Robert Kiyosaki e Sharon Lechter 




O texto acima foi extraído do livro "Pai Rico Pai Pobre", onde Robert Kiyosaki, hoje um investidor multimilionário, nos ensina um pouco sobre o que é preciso para adquirir o que ele chama de "inteligência financeira" e nos aconselha a trabalhar essa habilidade a fim de estabelecer a meta de fugir da "Corrida dos Ratos", uma vida de sufoco e dependência financeira. O livro é sensacional e obrigatório para todos que buscam algo além de trabalhar a vida inteira como empregado acumulando dívidas com financiamentos e cartões de crédito (ao que ele refere como passivos). Os ativos são os recursos geradores de renda, onde o dinheiro trabalha para você, como investimento em ações, imóveis, títulos públicos, empreendedorismo e outros. Trato sempre desses assuntos aqui no investando.

Este blog se propõe exatamente a ajudar a despertar a curiosidade sobre a busca pela independência financeira e seus inúmeros benefícios, como ajudar você a entender que pode escolher o que deseja fazer da sua vida, sem ter que gastar boa parte dela em busca de dinheiro. Ele diz que é bom começar cedo, mas nunca é tarde.


terça-feira, 16 de abril de 2013

[DRE, parte 02, o Lucro Operacional] Identificando uma boa empresa.


Na primeira parte da série, falei sobre o lucro bruto e a margem bruta do demonstrativo do resultado do exercício (DRE) das três empresas neste estudo: Grendene (Calçados), Usiminas (Siderúrgica) e Manuel Dias Branco (Alimentos), números importantes para o início da análise de uma candidata a entrar na carteira de investimentos em ações. Agora o assunto é o Lucro Operacional, que extrai da receita bruta as despesas operacionais, além de mais algumas outras despesas/receitas, que trata da dedução dos itens destacados abaixo:




Quando comecei a escrever esta série, achei que não teria maiores dificuldades para analisar o DRE das empresas, pois embora todas as demonstrações financeiras utilizadas como base nestes artigos foram preparadas em conformidade com as práticas contábeis internacionais (International Financial Reporting Standards, IFRS), existem diferenças importantes entre elas e entre elas e o livro do Buffett que utilizo como fundamento. Portanto, precisei fazer algumas adequações entre o livro e o DRE apresentado pelas empresas para uma análise mais fidedigna. Entenda:
  • O livro de Buffett é mais sucinto do que o detalhamento inserido neste capítulo. Optei por ser mais detalhista por considerar outras informações que podem ser relevantes em uma análise dado o valor de cada item. Além do mais, essa busca pelo lucro operacional não deve ser muito simplista, pois tal abordagem poderia omitir informações relevantes sobre uma empresa, que, se comparado a outros períodos, pode incentivar o investidor a perguntar ao RI (relacionamento com o investidor) sobre determinado resultado;
  • No DRE podemos encontrar informações sobre despesas com pesquisa e desenvolvimento, enquanto que nas empresas estudadas, a MDias Branco cita este gasto apenas com um acumulado anual, de R$ 3,1 milhões de reais, a Usiminas e a Grendene sequer citam despesas com pesquisa e desenvolvimento em seus resultados;
  • No livro de Buffett, a depreciação e amortização é detalhada, entretanto, das três empresas em questão, apenas a MDias Branco inseriu essa despesa no DRE (R$ 3.5 millhões no trimestre). Grendene e Usiminas não detalharam estes números, que ficariam dispostos dentro do item 3.04.02 (Despesas Gerais e Administrativas), como 3.04.02.04 (Depreciação e Amortização). As demais utilizaram o Balanço Patrimonial.  



Despesas/Receitas Operacionais



Vamos prestar atenção nas despesas e receitas operacionais (item 3.04), onde chegaremos no EBIT, que é o resultado antes do resultado financeiro e os tributos. São operacionais as despesas não computadas nos custos, necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora, ou seja, as despesas e receitas operacionais são inerentes e necessárias para o negócio funcionar.

3.04.01: Despesas com Vendas


As despesas com vendas são os gastos com publicidade e propaganda, depreciação de veículos de vendas/entregas, fretes/seguros sobre vendas, salários de vendedores, comissões, despesa de provisão para devedores duvidosos e outros. É fácil observar que nas três empresas a despesa com vendas é relevante na análise de Despesas/Receitas Operacionais.

3.04.02: Despesas Gerais e Administrativas


As despesas gerais e administrativas inclui aluguéis sobre prédios administrativos, depreciações em geral, salários, honorários de diretoria, contas de luz, água e telefone e outros.

3.04.04: Outras Receitas Operacionais


Consiste em outras receitas operacionais, ganhos com juros, empréstimos, aluguéis e outros rendimentos.

3.04.05: Outras Despesas Operacionais


As empresas não costumam detalhar essas despesas nos demonstrativos. Contudo, eventualmente as empresas lançam notas relevantes informando essas despesas não recorrentes (em termos). Como as empresas citadas não detalharam essas despesas no 3T12, citarei apenas alguns exemplos possíveis:

  • Perdas incorridas no mercado de renda variável;
  • Resultados negativos em participações societárias;
  • Perdas em operações realizadas no exterior;
  • Planos de pensão e saúde;
  • Paradas não programadas;
  • Perda no valor de recuperação de Ativos;
  • Gastos corporativos de segurança, meio ambiente e saúde;
  • Ampliação de provisão trabalhista.

3.04.06: Resultado da Equivalência Patrimonial


A equivalência patrimonial é o método que consiste em atualizar o valor contábil do investimento ao valor equivalente à participação societária da sociedade investidora no patrimônio líquido da sociedade investida, e no reconhecimento dos seus efeitos na demonstração do resultado do exercício, ou seja, é uma equivalência de lucro (ou prejuízo) de alguma empresa coligada para ajuste patrimonial).

Apenas a Usiminas realizou equivalência patrimonial no período, que pode ter sido uma receita decorrente de alguma venda de mercadoria de alguma empresa coligada. Entretanto, não há nenhum detalhe sobre esta realização nos resultados da empresa. Pode ter sido alguma receita proveniente de alguma coligada, como a Usina de Ipatinga, Usina de Cubatão, Cosipa, Automotiva Usiminas, entre outras.



Para analisarmos a vantagem competitiva das empresas com base no percentual de despesas VGA (totalizando o item 3.04), vamos analisar o percentual que estas despesas representam, comparadas ao lucro bruto:



A palavra chave aqui é a constância dos gastos dessas despesas. Tirando a Usiminas, que gastou mais do que podia com gastos VGA, Grendene e MDias Branco ficaram na faixa dos 60%. Para verificar se os gastos mantém esta faixa nos períodos anteriores, basta verificar o histórico de DRE das empresas.

As empresas que não possuem uma vantagem competitiva durável sofrem muito com a concorrência. O que acontece com empresas com a Usiminas é que as vendas começam a cair, o que reflete na queda da receita, mas as despesas VGA continuam as mesmas. Se a empresa não consegue reduzir rapidamente essas despesas, o lucro bruto é severamente afetado.

Quanto mais baixas forem as despesas VGA, melhor. Qualquer número abaixo de 30% é considerado fantástico, mas isso não impede que empresas com despesas entre 30% e 80% não possuam uma vantagem competitiva. A Grendene e a MDias Branco com sua média de 60% em seus mercados competitivos conseguem ter bons lucros, conforme veremos posteriormente. Contudo, devemos ficar atentos a despesas VGA que ultrapassam os 80%, pois assim é difícil manter uma vantagem competitiva sustentável.

Warren Buffett mantém distância de empresas com despesas VGA constantemente altas independente de sua cotação, porque sabe que suas condições econômicas de longo prazo inerentes são tão ruins que mesmo uma cotação baixa da ação não salvará os investidores de uma vida de resultados medíocres.

Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos (EBIT)



Lucro antes de Juros e Imposto de Renda ou LAJIR (em inglês EBIT, Earnings before interest and taxes) é o lucro operacional, obtido nas demonstrações de resultados das empresas. Diferente da definição de lucro operacional no Brasil, o cálculo do EBIT permite estimar o resultado das operações sem a inclusão das receitas ou despesas financeiras, que trataremos no capítulo seguinte.


Resultado Financeiro


Sobre o resultado financeiro, há a receita e as despesas. Do lado da receita, os mais importantes são os rendimentos das participações de capital, dos títulos negociáveis e outros juros e proveitos similares. Da parte das despesas, temos as amortizações e provisões de aplicações e investimentos financeiros e os juros e encargos resultantes da obtenção de capitais alheios. A Grendene e a MDias detalham o resultado financeiro, enquanto que a Usiminas apenas informa o valor total, ou seja, as despesas deduzidas da receita.
A Grendene foi a única das três empresas que obteve sucesso no resultado financeiro no período (receita maior que a despesa).


Lucro Operacional



O resultado antes dos tributos sobre o Lucro, ou o Lucro Operacional é onde queríamos chegar neste capítulo. Podemos constatar que a Grendene e a MDias Branco conseguiram bons resultados se comparado a sua receita de venda de bens ou serviços (3.01). A Usiminas deve correr contra o tempo para mitigar os gastos e aumentar a receita se quiser se tornar uma empresa com alguma vantagem competitiva durável no futuro.

Ainda falta deduzir alguns gastos, como impostos, juros e outros. Na próxima e última parte do detalhamento do DRE, falarei sobre o número mais importante desta análise, o Lucro Líquido, onde teremos uma informação muito importante para determinarmos se uma empresa pode ou não possuir uma vantagem competitiva durável no longo prazo.

Até lá!


----------------------------------------
Referências
Livro "Warren Buffett e a análise de BALANÇOS", de Mary Buffett e David Clark

domingo, 14 de abril de 2013

[DRE, parte 01, o Lucro Bruto] Identificando uma boa empresa


Virar sócio de uma empresa não é comprar VALE ou Petrobrás porque todo mundo fala que são grandes empresas. Você não é obrigado a comprar as chamadas blue chips. Virar sócio de uma empresa não é comprar CEMIG ou ELETROPAULO porque você ouviu falar que são empresas sólidas e que sempre pagam bons dividendos. Você não é obrigado a comprar elétricas só porque todo mundo fala que sempre pagam bons dividendos. Virar sócio de uma empresa não é comprar BANCO DO BRASIL porque 8 em cada 10 blogueiros a possuem na carteira. Você não é obrigado a se tornar sócio de bancos porque eles ganham muito dinheiro. Virar sócio de uma empresa é estudar sobre a mesma tudo que estiver a nosso alcance. Muita gente leva mais tempo pra escolher um fogão nas Casas Bahia do que para escolher uma ação nesse vasto mercado. Não há mais desculpas para escolhas erradas, pois atualmente temos acesso a uma infinidade de informações, e saber usá-las é fundamental. Você pode ou não comprar qualquer uma das empresas citadas acima, mas compre com consciência, estude as empresas antes.

Hoje darei início a uma nova série, "Análise de Empresas - DRE", que tem como objetivo fazer uma análise fundamental do demonstrativo do resultado do exercício, detalhando os itens mais relevantes a serem observados.
Para investidores adeptos do "Buy & Hold", é muito importante saber analisar o DRE, assim como o Balanço Patrimonial e o Fluxo de Caixa, temas que serão abordados futuramente.

O DRE nada mais é do que o resultado de uma empresa em determinado período, seja ele trimestral, semestral ou anual. Começarei com três componentes básicos: a receita, as despesas e o resultado dessa equação, o lucro bruto. Através das demonstrações anuais, podemos separar uma empresa boa de uma empresa ruim. É importante analisar as margens (bruta e especialmente a líquida), o ROE (Return On Equity, que mostra se a empresa aproveita bem seu patrimônio para gerar lucro), o LPA (Lucro Por Ação), e finalmente, se a empresa possui lucros constantes e crescentes no decorrer dos anos. É importante salientar que todos os indicadores são válidos, mas nenhum deles de forma isolada serve para identificar uma boa empresa.

"Você precisa entender de contabilidade e deve compreender as nuances dessa ciência. Esse é o idioma dos negócios, um idioma imperfeito, porém, a menos que esteja disposto a fazer o esforço de aprender contabilidade - como ler e analisar demonstrações financeiras -. não deveria escolher ações por conta própria." - Warren Buffett

Para esta série, tomei como base o livro "Warren Buffett e a análise de balanços", que fala de forma simples e clara sobre como aprendemos a descobrir se uma empresa tem ou não uma vantagem competitiva durável, o que nos ajuda a decidir se vale a pena fazer parte do quadro societário da mesma. Contudo, trata-se de uma tarefa menos simples do que comprar um fogão, mas que pode lhe ajudar a "ganhar" seu próximo utensílio doméstico, ou até mesmo garantir sua tão almejada independência financeira.

Neste capítulo, assim como nos demais, utilizarei 03 empresas listadas na Bovespa, sendo que duas delas fazem parte da minha carteira:



Acredito que seja um pouco óbvio para a maioria das pessoas envolvidas com investimentos em ações quais destas três empresas são boas e quais são ruins. Contudo, vamos deixar os números falarem por si. O objetivo aqui é meramente educacional, portanto não estou indicando nenhuma empresa para compra. Esta série não entrará nos méritos de precificação. A meta é apenas esclarecer o DRE com exemplos reais.


Chegando no Lucro Bruto



Para conhecermos o lucro bruto, que é o primeiro indicador relevante da DRE, precisamos entender dois fatores importantes: a receita e o custo dos bens vendidos.


Receita


A receita de venda de bens ou serviços informa o volume de produtos ou serviços vendidos no período. No caso das empresas Grendene, Usiminas e Manuel Dias Branco, os dados acima se referem ao terceiro trimestre de 2012. Embora a receita indique o valor total que entrou nos cofres das empresas no período citado, estes números não dizem muita coisa. É preciso deduzir as despesas da receita total. Consiste a receita operacional Bruta:


  • Vendas de Produtos;
  • Vendas de Mercadorias;
  • Prestação de Serviços;
A Receita Operacional Líquida é o resultado das devoluções de Vendas, abatimentos, impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas.



Custos dos bens vendidos

O custo dos bens vendidos representa o custo da compra de bens que a empresa está revendendo ou os custos de matéria-prima e da mão-de-obra. Por exemplo, a MDias Branco precisa pagar pelo trigo usado na produção de biscoitos e massas e pela mão-de-obra usada para produzi-los. Ainda é muito cedo para conclusões, mas aqui já podemos saber o lucro bruto das empresas analisadas. Contudo, podemos ver aqui que a Usiminas gastou mais com custos de bens vendidos do que sua receita, o que não é nada bom!


Lucro Bruto

O lucro bruto é um número muito importante quando começamos a analisar empresas. Conforme o quadro acima, basta subtrair os custos dos bens vendidos da receita para chegarmos ao lucro bruto. É importante dizer que ainda não entramos na dedução de custos de vendas, gerais e administrativas. Com esta informação, podemos chegar na margem bruta da empresa, o que pode nos ajudar a decidir se vale a pena continuar analisando.

Para calcular a margem bruta, basta dividir o lucro bruto pela receita e teremos o seguinte resultado:



Boas empresas possuem boa margem bruta, mas este número pode variar de setor para setor. Contudo, podemos pegar uma margem média de maneira geral para sabermos se uma empresa pode continuar como candidata a entrar em nossa carteira, como por exemplo, não investir em empresas com margem bruta inferior a 30%. No caso das três empresas estudadas aqui, poderíamos descartar por segurança a Usiminas, por possuir uma margem bruta muito ruim no trimestre.

Não basta olhar um resultado de um trimestre para escolher uma empresa. A margem pode variar de um trimestre para o outro, portanto é importante avaliar vários períodos, de preferência dos últimos 10 anos, em intervalos anuais, se possível. Assim, podemos saber se a empresa mantém uma margem consistente. Também, um DRE deve ser analisado com o balanço patrimonial e o fluxo de caixa, tópicos que serão discutidos futuramente.

O que gera uma margem bruta alta é a vantagem competitiva durável de uma empresa. Veja por exemplo, a ótima margem da Grendene, de 50,30%, que indica que a empresa pode possuir uma vantagem competitiva durável, pois ela tem a liberdade de estabelecer o preço dos seus produtos, o que gera maior receita. A margem bruta da Usiminas indica que a empresa enfrenta dificuldades no momento, o que já vem ocorrendo há bastante tempo. a Mdias Branco obteve a margem bruta de 39,20% no período, o que indica uma excelente margem, tratando-se de uma empresa de consumo de alimentos, um mercado normalmente bastante competitivo.

Mesmo uma empresa com uma margem de lucro bruto alta pode se perder. Portanto, não basta pegar estes números e tomar decisões importantes. Por exemplo, de nada adianta ter uma margem de lucro bruto alta e possuir muitas despesas de vendas, gerais e administrativas, de pesquisa e desenvolvimento, depreciação de ativos imobilizados, entre outras.

Estudar empresas começa assim, não é muito complexo, mas você precisa dedicar um tempo a essa atividade se pretende se tornar sócio de algumas delas. Dê valor ao seu dinheiro!

Em breve, a parte 02 desta série vai mostrar como chegar no Lucro Operacional




----------------------------------------
Referências
Livro "Warren Buffett e a análise de BALANÇOS", de Mary Buffett e David Clark
RI Grendene.
RI Usiminas.
RI Mdias Branco.

sábado, 13 de abril de 2013

[Parte 2] Warren Buffett, o investidor inteligente

Continuando a série Warren Buffett, o Investidor Inteligente, vou falar brevemente sobre a história da Berkshire Hathaway, a famosa empresa de Buffett, que começou como uma fábrica têxtil e se tornou uma holding de capital aberto.


Buffett e sua empresa, a Berkshire Hathaway


Buffett é um homem simples, honesto, bem humorado e filantropo. Intelectualmente, ele é tido como um gênio. Não é preciso muito para entender isso, uma vez que não é fácil figurar entre os 10 homens mais ricos do mundo (de acordo com a Forbes) apenas por sorte, ou herança, durante tanto tempo. 

"Não acho justo alguém nascer dono de milhões de dólares apenas pelo fato de ter saído da barriga certa."


Buffett está em terceiro na lista dos mais ricos do planeta, com uma fortuna pessoal de U$44 bilhões de dólares, erguidas do NADA e isso tudo, é claro, graças a centenas de bilhões acumulada por sua empresa, não só para ele, como também para seus afortunados acionistas, a notável Berkshire Hathaway.



O bilionário adquiriu o controle da Berkshire depois de comprar mais de 50% de suas ações, as quais começou sua posição em 1962 (leia a parte 1 da série). Na época, como uma empresa têxtil, a Berkshire valia em torno de U$22 milhões.

Em 1964, com o controle total da empresa, WB estabeleceu uma meta de aumentar o valor contábil da empresa em 15% ao ano, um valor bem superior ao usual na média das empresas norte americanas na época. Durante os 48 anos como proprietário, Buffet conseguiu uma média anual de extraordinários 22%. Obviamente, não foi no ramo de fios que ele conseguiu atingir este número. Em 1967, Buffett começou a comprar ações e outras empresas, e sua primeira aquisição integral foi a National Indemnity Company, uma empresa de seguros, que persiste até hoje. No final da década de 1970, a Berkshire adquiriu uma participação no capital da GEICO, que constitui o núcleo de suas operações de seguro (e é uma importante fonte de capital para outros investimentos para Berkshire Hathaway). Com o passar dos anos, a Berkshire abriu posição em empresas como "The Washington Post" (Jornal), "General Foods" (Alimentos), "Coca-Cola" (Refrigerante), "Gillete" (aparelhos e produtos de higiene), e outras várias empresas (algumas das quais listarei com mais detalhes a seguir). Em 1985 as operações têxteis foram fechadas (aliás, nunca foram muito lucrativas).

As ações de primeira classe - lançadas a partir da tesouraria -foram vendidas por US$99.200 em Dezembro de 2009, fazendo delas as ações com o mais alto valor já negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque. 

Para reforçar em números a força de Buffett, o valor de um papel da empresa era de 19 dólares em meados dos anos 60 e o valor atual é de U$$133.841,00 (isso mesmo, exatos cento e trinta e tês mil, oitocentos e quarenta e um dólares). Hoje, a empresa está em sétimo lugar no ranking da Forbes 500,  avaliada em U$202 bilhões de dólares, atuando como holding de várias grandes companhias (com controle majoritário) e acionista de várias outras, como 13% das ações da American Express, 8,8% da Coca-Cola, 5.5% da IBM e 7.6% da Wells Fargo, além de posições menores, mas não menos importantes em outras empresas (fonte: relatório anual da BH de 2011).



Veja as 15 maiores participações da Berkshire em empresas de capital aberto, por valor:


15. Washington Post (WPO)
Valor em posse: $598.01 milhões 
ações: 1,727,765 
Participação: 23.2%

14. Johnson & Johnson (JNJ)
Valor em posse: $709.27 milhões 
ações: 10,333,128 
Participação: 0.4% 
Reduziu a quantidade da Johnson & Johnson em 18.68 milhões ações (-64%) desde o último período reportado.

13. DaVita (DVA)
Valor em posse: $910 milhões 
ações: 9,300,000 
Participação: 9.8% 
Aumentou a quantidade da DVA em 3.3 milhões ações (+55%) desde o último período reportado.

12. Phillips 66 (PSX)
Valor em posse: $1.08 bilhões 
ações: 27,163,918 
Participação: 4.3% 
Nova empresa, desde 30 de junho de 2012.
11. Moody’s (MCO)
Valor em posse: $1.11 bilhões 
ações: 28,415,250 
Participação: 12.8%

10. DirecTV (DTV)
Valor em posse: $1.48 bilhões 
ações: 28,420,700 
Participação: 4.5% 
Aumentou a quantidade da DTV em 5.42 milhões ações  (+24%) desde o último período reportado.



9. ConocoPhillips (COP)
Valor em posse: $1.65 bilhões 
ações: 28,868,673 
Participação: 2.4% 
Reduziu a quantidade da COP em 232,300 ações (-1%) desde o último período reportado.

8. US Bancorp (USB)
Valor em posse: $2.18 bilhões 
ações: 66,000,713 
Participação: 3.5%
Reduziu a quantidade da USB em 3.04 milhões ações (-4%) desde o último período reportado.

7. Kraft Foods (KFT)
Valor em posse: $2.40 bilhões 
ações: 58,826,390 
Participação: 3.3% 
Reduziu a quantidade da KFT em 19.19 milhões ações (-25%) desde o último período reportado.

6. Wal-Mart Stores (WMT)
Valor em posse: $3.46 bilhões 
ações: 46,708,142 
Participação: 1.4% 
  
5. Procter & Gamble (PG)
Valor em posse: $3.98 bilhões 
ações: 59,602,203 
Participação: 2.2% 
Reduziu a quantidade da PG em 13.65 milhões ações (-19%) desde o último período reportado.
4. American Express (AXP)
Valor em posse: $8.50 bilhões 
ações: 151,610,700 
Participação: 13.3% 

3. IBM
Valor em posse: $13.22 bilhões 
ações: 6,645,396 
Participação: 5.8% 
Aumentou a quantidade da IBM em 2.25 milhões ações (+3%) desde o último período reportado.



2. Wells Fargo (WFC)
Valor em posse: $13.96 bilhões 
ações: 411,045,245 
Participação: 7.8% 
Aumentou a quantidade da WFC em 16.7 milhões ações (+4%) desde o último período reportado.

1. Coca-Cola (KO)
Valor em posse: $15.75 bilhões 
ações: 400,000,000 (divisão ajustada) 
Participação: 8.9%







Em suma, seguir os conselhos e escolhas de grandes profissionais investidores, como Buffett, Soros, Lynch, Graham e outros não é garantia de sucesso, mas ignorar a experiência e ensinamentos dos mestres não parece ser uma decisão muito sábia. Pretendo aproveitar este espaço para falar mais sobre Buffett, Lynch, Graham e seus inúmeros - e valiosos - conselhos. No próximo capítulo, falarei um pouco sobre a "carteira" da Berkshire e por quê Buffett gosta de comprar ações de empresas cujo negócio é simples de compreender pois, como ele mesmo diz:


"Invista em um negócio que até um idiota saiba tocar, porque algum dia um idiota vai tocá-lo."

Até a próxima!



Recomendo a leitura dos relatórios anuais da empresa, escritos pelo próprio Warren Buffett: Annual & interim Report. São verdadeiras aulas de investimento.

-----------------------
Referências Bibliográficas:

"O Jeito Warren Buffett de Investir", de Robert G. Hagstorm
"Forbes 500"
Yahoo Finance BRK-A
Berkshire Hathaway Annual Report
Berkshire Hathaway Wiki

quinta-feira, 11 de abril de 2013

[Parte 1] Warren Buffett, o Investidor Inteligente

Darei início a minha série de textos sobre capítulos das obras incríveis que tenho lido sobre investimentos e grandes investidores. Os textos que escreverei não serão reproduções fiéis dos livros (a essência será sempre mantida, o que aproveito são as informações), mas os usarei para dissertar sobre determinados temas e você poderá usufruir o que de melhor tem nas obras, com textos enriquecidos a partir de fontes obtidas na internet. Sempre que possível, procurarei enriquecer os textos com informações complementares, imagens e idéias. 

  Comecarei falando sobre o início da carreira do grande investidor Warren Buffett e seu faro sensacional para negócios, tendo como base o livro "O Jeito Warren Buffett de Investir", escrito por Robert G. Hagstrom. Aproveitarei alguns "ganchos" oferecidos pelo autor para mostrar uma visão mais detalhada de alguns trechos do livro através de pesquisas, como você poderá constatar no texto abaixo, como por exemplo, onde em um momento o autor apenas menciona uma oportunidade de negócio descoberta por Buffett sem detalhar o fato.
  Se já leu o livro, pode ser interessante relembrá-lo sob um novo prisma.


Buffett e o início



  Para quem não sabe, Benjamin Graham - o maior guru fundamentalista da história das bolsas - foi professor de Warren Buffet na faculdade de negócios em Columbia, nos EUA, onde fez um mestrado depois de ter se formado em administração na universidade do estado de Nebraska. Buffett se interessou pelo trabalho de Graham depois de ler sua obra mais famosa, conhecida como a bíblia do investidor fundamentalista, "O Investidor Inteligente". Buffett terminou seu mestrado e foi trabalhar com Ben Graham na Graham-Newman Corporation.
  Durante dois anos, Warren Buffett aprendeu muito com seu mestre e patrão. Quando a empresa foi dissolvida, em 1956, Graham se aposentou e Buffett voltou para sua cidade natal, Omaha, no estado de Nebraska.



  Morando com a família, com cem dólares no bolso, o jovem Buffett, então com 25 anos, iniciou uma sociedade de investimentos com sete sócios, que, juntos, contribuíram com U$$105 mil. Cada um deles recebia 6% anuais sobre os investimentos e 75% dos lucros acima desse limite. O restante, é claro, ficava com Buffett, que era sócio solidário, que é aquele que responde pela empresa, inclusive por suas dívidas. Buffett, com esta atribuição, possuía carta branca para investir os fundos da sociedade da forma que achasse melhor, pois já havia mostrado notáveis qualidades de investidor.
  Durante os 13 anos em que controlou esta sociedade, Buffet conseguiu rendimentos anuais médios de 29,5% ao ano, sem ao menos ter um ano de baixa, mesmo se comparando ao índice Dow Jones, que teve 5 anos de quedas neste período. No início da sociedade, Buffett estabeleceu uma meta de bater o índice em 10%, mas o superou de forma magistral em 22 pontos.

  Com o tempo, Buffett foi ganhando fama e mais e mais pessoas o pediam para que administrassem seu dinheiro. Ele comprou participações majoritárias de várias empresas, tanto públicas quanto privadas e, em 1962, começou a comprar ações de uma empresa têxtil com problemas, chamada Berkshire Hathaway. 




  Durante o período em que Buffett superava com facilidades o índice Dow Jones, ele fez algo extraordinário e surpreendente. Em 1964, provou que havia aprendido muito bem uma das lições de seu antigo mestre Benjamin Graham:




"Quando as ações de uma empresa sólida estão sendo vendidas abaixo de seu valor intrínseco, aja com firmeza!"


  Em 1964, a empresa Allied Crude Vegetable Oil conseguiu 158 milhões de dólares* em empréstimos de instituições financeiras sob a condição de mostrar os estoques de óleo vegetal, que seriam utilizados como garantia pelo dinheiro. A empresa atracou navios nas docas para fiscalização e, após checarem os tanques, os fiscais autorizaram o empréstimo milionário. O problema é que os tanques dos navios estavam cheios de água, com apenas alguns centímetros de óleo vegetal por cima. Foi um golpe e tanto, pois enquanto os fiscais desfrutavam de um almoço pago pela companhia, os larápios retiravam o óleo de um navio e transferiam para outro, pois mal tinham óleo o suficiente para cobrir a superfície de todos os tanques. Mas como lugar de bandido é na cadeia, o golpe logo foi descoberto e o dono da empresa, Tino de Angelis (foto abaixo) foi preso. Como consequência, a American Express, que havia emprestado U$$58 milhões, sofreu uma queda de 50% em suas ações praticamente de um dia para o outro.




  Warren Buffett, que de bobo só tem a cara, comprou U$$13 milhões do papel (40% de alocação), mostrando que aprendeu bem a lição do mestre Ben.
  Nos dois anos seguintes, o preço das ações da AMEX triplicaram e os sócios embolsaram um lucro líquido de U$$20 milhões. Nada mais Buffettesco (e com o mestre Graham por trás).
  Em 1969, Buffet dissolveu a sociedade, que conquistou U$$26 milhões em ativos. Todos os sócios embolsaram uma bela grana e Buffett aumentou a participação na empresa têxtil Berkshire Hathaway para U$$25 milhões, tornando-se sócio majoritário da empresa. No próximo post sobre Buffet, falarei mais sobre a Berkshire Hathaway, um império financeiro de mais de 65 bilhões de dólares.






----------------

E você, teria feito o mesmo que Buffet? Já se imaginou comprando uma empresa que sofreu uma grande queda sem saber o que pode acontecer no futuro? Este exemplo ilustra casos recentes de quedas vertiginosas no papel de boas empresas do setor elétrico e mostra que um tombo desses nem sempre significa o fim do mundo, mas pode se tornar uma bela oportunidade.

Até a próxima!


* - U$$158 milhões em 1964 nos dias de hoje equivaleria a mais de U$$1 bilhão.

Veja mais sobre o Salad Oil Scandal

quarta-feira, 10 de abril de 2013

[Parte 2] Protegendo seu dinheiro com segurança (Poupança)

Caderneta de Poupança

Todo mundo conhece a caderneta poupança. Sinônimo de investimento seguro e conhecida por todos, a poupança é a forma mais fácil de investir, especialmente para aqueles habituados ao uso do internet banking, uma forma simples e rápida de transferir seu dinheiro de e para a conta poupança. Mas esse investimento é bom?

Até maio de 2012, a poupança rendia 0,5% ao mês adicionada à taxa referencial (taxa de referência para calculo de juros, utilizada como base de rendimento de diversos investimentos), algo que gira em torno de 0,01%  (atualmente beirando 0%), e isso protegia o seu dinheiro da inflação, pois tínhamos então uma variação entre 6 e 6,5% de rendimento anual.
Entretanto, com a mudança da regra do calculo da rentabilidade da poupança, aplicações realizadas após o mês de maio do ano passado passaram a ser calculadas da seguinte forma:

Enquanto a Selic (taxa básica de juros no Brasil) for menor ou igual a 8,5%, o rendimento da poupança deixará de ser 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) e passará a ser 70% da Selic (hoje em 7,25%) mais a TR. O que muita gente não sabe é que com isso atualmente o rendimento da poupança consegue perder para a inflação, ou seja, seu dinheiro guardado na sua conta poupança está perdendo valor!!

Veja abaixo algumas informações sobre a poupança:

Rentabilidade média: entre 4,9% e 5,4% ao ano (com a Selic a 7,25%).
Taxas de administração: não há.
Prazo: não existe prazo para retorno do investimento. O dinheiro pode ser retirado sempre que você desejar e o reajuste é feito a cada aniversário da poupança, ou seja, mensalmente.
Risco:  diretamente associado ao banco que faz a captação desses recursos, pois o investidor, na verdade, está emprestando dinheiro ao banco captador, embora exista a garantia do FGC - Fundo Garantidor de Crédito - até o limite de R$ 70.000,00 por CPF e por instituição.
Facilidade: você pode realizar seus aportes ou retiradas diretamente do internet banking ou nas agências bancárias.





Curiosamente, no mês passado a poupança bateu recorde de captação, com saldo positivo de quase 6 bilhões de reais (depósitos versus retirada). É um fato um tanto curioso, pois muita gente está guardando seu dinheiro com a intenção de protegê-lo, mas está perdendo sem saber. Existem opções para você proteger seu dinheiro da inflação com a renda fixa e ainda conseguir uma rentabilidade razoável, mas a poupança definitivamente não é uma delas.

Abaixo, um exemplo básico para melhor entendimento do poder de compra do dinheiro em dois cenários possíveis:

Tenho R$1000,00 em janeiro e decido colocar debaixo do meu colchão.
Com uma inflação de 6%, no final do ano o poder de compra desse dinheiro cai para R$940,00

Se eu colocar esse dinheiro na poupança e a mesma tiver uma rentabilidade de 5,4%:
Meus R$1000,00 no final do ano aumentarão para R$1050,40
Com uma inflação igual à rentabilidade, eu fico no empate, ou seja, meus R$1050,40 terão rigorosamente o mesmo poder de compra que os meus R$1000,00 no início do ano.

Porém, como eu disse anteriormente, hoje a poupança está perdendo para a inflação, e com uma inflação maior do que a rentabilidade da poupança, coloquemos hipoteticamente 6%, terei os mesmos R$1050,40 no final do ano, mas esse dinheiro terá perdido 0,6% do seu valor, o que equivale a R$6,30 negativos no meu poder de compra. Então deixe seu dinheiro na poupança o ano inteiro e no final veja quanto você perdeu, ou continue acompanhando o blog e descubra outras formas de investir de maneira inteligente. Até breve!


sexta-feira, 29 de março de 2013

O que fazer com meu dinheiro sobrando?

Tem dinheiro sobrando? Não vou enrolar você. Se tem algum e não sabe o que fazer com ele, então você está no lugar certo. Vai depender do seu objetivo. Quer uma rentabilidade fixa anual pra combater a inflação ou espera algo mais? Não importa, meu objetivo é guiar você nas possibilidades de investimento existentes no mercado nacional. Veja abaixo as principais opções para ganhos:


  • Renda Fixa: é uma bela opção, pra você que quer o controle total do seu dinheiro e não deseja surpresas no processo. A renda fixa protege seu dinheiro de surpresas, embora permita um controle de seus ganhos;
  • Renda variável: aqui está o foco desse blog, mas isso não quer dizer que a renda fixa não esteja em pauta. A renda variável pode lhe ajudar a fazer uma fortuna, mas se não for bem estudada, também pode ser sua ruína.

Este blog se propõe a apoia-lo em questões que você não pretende gastar muito tempo, mas ainda assim está interessado em proteger seu dinheiro, no mínimo da inflação. Acompanhe este blog e interaja, pois assim podemos aprender em tempo real sobre o que podemos fazer com nosso dinheiro suado.